Fernando Lanhas foi um nome relevante da história de arte em Portugal, sobretudo ligado ao surgimento do abstracionismo, em Portugal, em finais dos anos 40. Foi autor de “02—44 ou Violino”, considerada uma das obras de referência do abstracionismo, e representante de Portugal em várias exposições internacionais, como a Bienal de Veneza (1954) e Bienal de São Paulo (1955, 1957, 1959, 1961 e 1975). Foi um dos principais dinamizadores de “Os Independentes”, um grupo formado por escultores, pintores e arquitectos que organizaram exposições na cidade do Porto, em torno da abstracção. Em 2001, o Museu de Serralves organizou uma exposição retrospectiva do seu trabalho.
O artista desenvolveu uma prática original de pintura, que estava relacionada com a sua curiosidade perante o desconhecido e que derivava das suas experiências exploratórias. Arquitecto de profissão, Lanhas tinha vários interesses que trazia para a arte, como a poesia, a arqueologia, a astronomia, a etnologia, a geologia, a paleontologia ou o colecionismo. A sua obra pictórica é formada por aguarelas, serigrafias, colagens, xilogravuras e pinturas sobre seixos rolados. O desenho foi também um dos meios que acompanhou a sua prática.