Hugo Canoilas transforma a exposição num palco para a pintura. Todo o piso é coberto com um pano no qual o artista pintou um cenário de formas fluidas entrelaçadas com centros semelhantes a ilhas. O fundo azul e as fantásticas criaturas tentaculares e coloridas em tinta e vidro parecem uma paisagem marítima animada com profundidade insondável. Nos tempos da crise da coroa, que elevou o distanciamento social a um novo princípio de sobrevivência, estamos aqui atraídos para uma biosfera pictórica inevitável que combina sedução e perigo, e também o orgânico e tecnóide em um só espaço. Esta pintura de piso não é apenas um palco para os espectadores experimentarem tanto a arte quanto eles próprios; é também um espaço de performance para um show desenvolvido por Elise Lammer e Julie Monot, a convite do artista. Em BECOMING DOG , os performers se vestem como cachorros e exploram novos potenciais de empatia dentro de um espaço institucional. A combinação de pintura de Canoilas com estratégias de instalação e performance é evidência de um conceito expandido de pintura baseado em uma consciência dos desenvolvimentos sociais e políticos contemporâneos e dos discursos filosóficos e histórico-artísticos pertinentes. Eles têm uma visão crítica de nossa ordem mundial moldada pelo humanismo, com suas estruturas hierárquicas de valores, e defendem uma abordagem empática da natureza e de todas as criaturas e animais.