Dois nomes, dois artistas que marcaram profundamente a arte em Portugal, em especial, na segunda metade do século XX.
Fernando Lanhas e Álvaro Lapa foram pessoas com formas distintas de interpretar o que os rodeava, o pensamento e a vida, mas com um objectivo similar, a procura de respostas para questões e sonhos, e uma busca incessante pelo porquê das coisas da arte e da vida.
Os dois artistas desconstruíam a imagem, a ideia ou o sonho, para depois fazerem a sua representação pictórica, através de dois caminhos diferentes.
Álvaro Lapa tem uma representação não geométrica na qual a sua pintura, de compreensão complexa, é autobiográfica e cheia de simbolismo, estabelecendo uma relação entre a pintura e a literatura.
Fernando Lanhas faz a planificação do pensamento e das obras no espaço e no tempo, transformando a imagem do mundo numa completa racionalização das cores e das formas geométricas.
Apesar das grandes diferenças de intensidade entre o trabalho destes dois artistas, é possível colocar as obras de ambos em diálogo. Um diálogo em que a assimetria e a simetria, a complexidade e a simplicidade, o intenso e o suave se cruzam, permitindo a cada visitante uma busca íntima do nosso ser no meio do universo.