2013.05.31—2013.07.31
Artistas na Art Brussels
Mika Tajima, Willem Weismann, Heinz Peter Knes, Kevin van Braak, Rigo 23, Paulo Nozolino, Francisco Tropa, Hugo Canoilas

Uma exposição composta por trabalhos de artistas que participaram na última edição da feira internacional de arte contemporânea Art Brussels, que decorreu em Abril de 2013. A mostra dá a conhecer obras recentes de: Rigo 23, Rossella Biscotti & Kevin van Braak, Kevin van Braak, Hugo Canoilas, Heinz Peter Knes, Paulo Nozolino, Mika Tajima, Francisco Tropa e Willem Weismann. 

Rigo 23 

Rigo 23 (Portugal, 1966) mostra novos trabalhos da série Pássaros Perdidos. São bordados da Madeira realizados a partir de cartazes que têm vindo a ser recolhidos na área de São Francisco e que anunciam pássaros de estimação desaparecidos. Com um conceptualismo entre a cultura popular e a erudita, Rigo 23 tem trabalhado sobre muitos suportes e utilizado uma linguagem plástica eclética. A sua atenção tem-se centrado em meios de produção artística inseridos em colectivos temporários e autónomos, mantendo ainda uma prática mais individual no campo da pintura, do desenho, da escultura, da instalação e da produção gráfica. Rigo 23 tem sido convidado a participar em exposições internacionais como: Kochi-Muziris Biennale, na Índia (2012); Auckland Triennial, na Nova Zelândia (2013); e Aichi Triennale, no Japão (2013).

Rossella Biscotti & Kevin van Braak

A par dos seus percursos individuais, Rossella Biscotti (Itália, 1978) e Kevin van Braak (Holanda, 1975) mantêm preocupações comuns em torno das noções de história, de memória e dos seus processos de distorção ou apagamento. Apresentados em suportes como a instalação, a fotografia, a escultura ou o vídeo, as suas obras têm sempre como ponto de partida acontecimentos de carácter político e social. Staircase é um trabalho composto por duas fotografias da escadaria da Casa della Scherma, um edifício desenhado pelo arquitecto italiano Luigi Moretti. Este deriva do projecto Cities of continuous lines, um documento das ruínas e das transformações da arquitectura do período da ditadura de Mussolini.   

Kevin van Braak

Kevin van Braak (Holanda, 1975) apresenta uma série de fotografias que documentam um projecto iniciado com a exposição knell dobre glas, que teve lugar na Galeria Quadrado Azul, em 2012. No âmbito desta mostra, o artista produziu, em colaboração com José Esteves, um oleiro da região de Barcelos, dezasseis cabeças em barro, que representavam figuras intimamente ligadas à administração económica, política e militar do planeta: Paul Bulcke, Peter Vos, Philippe Mellier, Fernando Aguirre, Robert Stevens, Silvio Berlusconi, Hugh Grant, Iloyd Blankfein, Jamie Dimon, Alberto João Jardim, Alexei Miller, Andrew Liveris, David Lesar, George Friedman, John S. Watson e Richard Adkerson. As cabeças foram posteriormente sujeitas à acção do fogo, sendo o resultado desse mesmo processo: os cacos, apresentados como alegoria da crise actual e do desejo em superar este tempo dominado pelos mercados, pelo capital, pela violência. 

Hugo Canoilas

Uma série de pinturas recentes de Hugo Canoilas (Portugal, 1977) estão em exposição. O artista, que participou na última edição da Bienal de São Paulo e que tem realizado inúmeras exposições internacionalmente, desenvolve uma obra em permanente mutação, utilizando um vasto leque de linguagens e suportes, que se manifesta de forma heterogénea. Canoilas pretende renovar o olhar sobre o já dito e o já feito na arte.

Heinz Peter Knes 

A fotografia Hut (1996) foi exposta na mais recente mostra individual de Heinz Peter Knes (Alemanha, 1969) na Galeria Quadrado Azul e é a sua proposta para a presente exposição colectiva. Knes faz fotografia e, desde 1999, tem trabalhado como fotógrafo em diferentes campos, produzindo trabalho para um grande número de revistas, de marcas discográficas, e para a marca de moda Bless. O seu nome ganhou um maior reconhecimento quando uma das suas fotografias foi publicada na capa da revista Butt, em 2003. Partindo de um universo associado à juventude e à identidade sexual, Knes lança ao mesmo tempo um olhar crítico sobre a cultura contemporânea e o predomínio da imagem, incluindo o seu uso quer pelos indivíduos quer pela sociedade.

Paulo Nozolino

De Paulo Nozolino (Portugal, 1955) pode ser conhecido o novo trabalho Napoli (2013). Nozolino é uma das figuras centrais da fotografia contemporânea. Encara a fotografia como a vida, usando-a tanto para compreender o mundo como a si próprio e levando-a até aos limites das suas interrogações, das suas respostas e das suas vivências. O reconhecimento público acompanha a obra do artista desde o início. São disso reflexo prémios tão relevantes como a Villa Médicis, em França (1994), ou o Grande Prémio Nacional de Fotografia (2006), e muito recentemente o Prémio Sociedade Portuguesa de Autores, em Portugal (2013). A sua mais recente exposição na Galeria Quadrado Azul – Gloom – tem suscitado uma significativa atenção da crítica. 

Mika Tajima

Mika Tajima (Estados Unidos, 1975), artista que concebeu a infraestrutura interactiva do evento Book Machine que decorreu em Fevereiro no Centre Pompidou, em Paris, apresenta trabalhos da sua mais recente exposição individual na Quadrado Azul. Total Body Conditioning continuou a interrogação da artista sobre o sujeito performativo maximizado no ambiente construído, onde os objectos materiais e os imperativos de produção moldam a acção. Furniture Art é uma série iterativa de pinturas que são o reverso de quadros pintados com tinta spray acrílica. Cada peça é acompanhada por um subtítulo referente a uma localização geográfica, mostrando associações psicogeográficas específicas produzidas pela nomeação afectiva de cores e tintas, a sua relação com o crescimento da economia imaterial e seus fluxos ambientais globais. 

Francisco Tropa

Os trabalhos de Francisco Tropa (Portugal, 1968) revelam alguns dos diversos meios utilizados pelo artista, como a escultura, o desenho, a performance, a fotografia ou o filme, para convocar uma série de reflexões introduzidas por diferentes tradições da escultura. Temas como o corpo, a morte, a natureza, a paisagem, a memória, a origem ou o tempo, estão sempre presentes nas suas criações, num processo interminável de remissão a ideias da história da arte, a outras obras de arte, a trabalhos anteriores do próprio artista, e a autores específicos. Tropa tem obtido uma significativa atenção por parte das instituições e da crítica, tendo representado Portugal na última edição da Bienal de Veneza (2011), e participado na Bienal de Rennes (2012), na Bienal de Istambul (2011), na Manifesta (2000), na Bienal de Melbourne (1999) e na Bienal de São Paulo (1999). Ainda este ano, Tropa tem três exposições individuais: na Galeria Caterina Tognon, em Veneza; na Galeria Gregor Podnar, em Berlim; e na La Verrière Hermès, em Bruxelas.

Willem Weismann

É de um mundo contemporâneo caracterizado pelo excesso e pelo desperdício que Willem Weismann (Holanda, 1977) extrai a matéria para o seu trabalho em pintura. Ambientes, casas, personagens, acontecimentos, objectos, são elementos que surgem na tela, combinados de forma fragmentada e cobertos por cores fortes. Weismann utiliza a superfície da tela para todas as acções relacionadas com a tinta e o pincel, usando-a como paleta e como local onde os pincéis são limpos. A inclusão de todas as operações relacionadas com o pincel sobre a tela forma um completo resíduo histórico e um ruído reverberante de restos que caíram no esquecimento. De Weismann pode ser vista a pintura Libra Rising que foi preparada para a recente exposição individual na Galeria Quadrado Azul – Chaîne Opératoire.

Paulo Nozolino, Napoli, 2013. Díptico. Prova em brometo de prata sobre alumínio. 80 x 245 cm. Edição de 3