Apesar do tom festivo, a frase que nomeia a mostra (retirada da obra literária Crime e Castigo, de Dostoyevsky) refere-se a uma cena na qual uma velha égua cansada está prestes a ser apedrejada até à morte. Raskolnikov, personagem principal, em breve acordará do pesadelo.
Distante no tempo e no lugar.
Paisagens, arquitectura,
objectos de museu, figuras públicas,
e um sem sentido.
Chão que tudo liga.
André Sousa nasceu no Porto, em 1980. Vive e trabalha no Porto. O artista tem vindo a questionar continuamente, através de diferentes meios como o vídeo, a fotografia, o desenho, a pintura, a escultura e a performance, não só as formas de criação e recepção das obras de arte, como também os processos de institucionalização do artista e do seu trabalho. André Sousa tem dado uma particular atenção aos distintos contextos e dispositivos de exposição, assim como aos canais de divulgação. Com um olhar crítico sobre a sociedade, o seu trabalho é influenciado por contextos de contracultura, por movimentos e atitudes anti-sistema, por subculturas. O espaço urbano da cidade do Porto tem sido também um motivo central, nomeadamente as marcas de convivência entre a urbanidade e a ruralidade, de uma ideia de urbanidade e de uma cultura juvenil. As ideias de trabalho colaborativo, de espírito colectivo, de partilha, de auto-organização e de auto-gestão atravessam também a sua prática artística. Para além de colaborar com outros artistas visuais, com artistas de rua, com designers, músicos, familiares e amigos, tem sido, desde o início da última década, um protagonista activo do contexto artístico do Porto, estando envolvido na criação de espaços independentes como o PêSSEGOprá SEMANA, o MAD WOMAN IN THE ATTIC, o Wasser-Bassin e o A Certain Lack of Coherence. As exposições individuais mais recentes incluem: Canas ao vento, folhas que voam, flores esmagadas, areias que dispersam..., organizada pela Fundação Manuel António da Mota, Porto (2012); e Satekpunkts (Ponto de fuga), no kim?, Contemporary Art Centre, Riga, Letónia (2012). Entre as exposições colectivas mais recentes, destacam-se: Primeira Avenida: Rua de sentido único, organizada pela Fundação de Serralves, no Porto (2013); Gótico, no Parkour, Lisboa (2012); formas e forças, na Galeria Quadrado Azul, Porto (2012); e knell dobre glas, na Galeria Quadrado Azul, Lisboa/ Porto (2012).