A mostra tem como origem um projecto de arte pública concebido em 2001: um paralelepípedo, a ser instalado numa praça. O objecto é atravessado por um corredor que une duas portas, uma em cada extremidade. O interior encontra-se dividido por duas montras em vidro, às quais se acede por alçapões, de distintas dimensões. A palavra “museu” está gravada sobre ambas as entradas. O projecto tem uma componente idealmente activada por uma série de figuras, que o próprio convoca.
Pouco tempo depois de 2001, Francisco Tropa desenvolveu um outro projecto que foi instalado no parque da Universidade Politécnica de Valência, em Espanha. A escultura em pedra, com a mesma volumetria da peça pensada para o primeiro projecto, é constituída por um conjunto de sólidos geométricos em calcário que formam dois nichos transversais, que se tocam. Duas aberturas comunicam entre si, uma mais elevada do que outra.
A exposição que agora se apresenta é composta por maquetes, desenhos e esculturas realizadas entre 2001 e 2012. Com estes elementos, Simone Menegoi construiu uma mostra onde uma certa ideia de jogo permite múltiplas variações em torno de uma heterodoxa crítica institucional.
Simone Menegoi
Simone Menegoi (1970) é um crítico e curador italiano. Colabora com a revista Artforum. Juntamente com Cecilia Canziani, é comissário do ZegnArt – Public, um programa de encomendas públicas, em países emergentes, e de residências, em Itália, patrocinadas pela marca de moda Ermenegildo Zegna. Entre as suas exposições mais recentes, encontra-se LE SILENCE Une fiction, no Nouveau Musée National de Monaco (Principado do Mónaco) e Bouvard and Pécuchet’s Compendious Quest for Beauty (co-comissariada com Chris Sharp) na David Roberts Art Foundation (Londres), ambas em 2012.